Introdução
Após o percurso sonoro-poético ontem empreendido pelo universo rilkeano, esta noite ficamos pelo mais português de todos os sentimentos: a Saudade. A sua proverbialmente difícil tradução é aceite como dado adquirido pelo programa, que propõe várias declinações daquilo que a palavra significa, representa e simboliza para nós. Palavras-chave são aqui ‘perda’ e ‘ausência’ num tempo presente, por contraste com um (indefinido/-ível) tempo passado: pode evocar um amor perdido, uma felicidade impossível, uma solidão geradora de melancolia, um lamento ante os golpes de um destino adverso, a tristeza ante a morte de alguém querido, ou a experiência traumática de um desenraizamento forçado, tantas vezes associado a morte e destruição… No final, esperamos que tenham ficado mais perto de captar a essência, tão ‘nossa’ quanto universal, da palavra ‘saudade’.
Saturday 4th October 2025
Museo do Dinheiro, 20h30
‘Saudade’
*Please note that special security procedures apply at this venue. We kindly ask you to arrive at least 30 minutes before the start of the concert.
Franz Liszt – Romance oubliée, S.132 (versão para violoncelo e piano)
Sergei Rachmaninov – Romance em fá menor, op. 19, para violoncelo e piano
António Pinho Vargas – Lamento, do Concerto para viola* (*2017)
S. Rakhmaninov – Vocalise (versão para viola, violoncelo e piano)
Eugène Ysaÿe – Poème élégiaque, em ré menor, op. 12, para violino e piano
Luís Tinoco – Aleppo, para violino, clarinete e piano**(2020)
Johannes Brahms – Quarteto com piano n.º 3, em dó menor, op. 60
Allegro non troppo
Scherzo. Allegro
Andante
Finale. Allegro comodo
* – encomenda de Diemut Poppen (dedicatária da obra) para o Festival Cantabile/2017
** – estreia absoluta da versão para violino, viola e piano (2025)
Intérpretes:
Dan Zhu, violino
Diemut Poppen, viola e direcção artística
Pavel Gomziakov, violoncelo
José Gallardo, piano